ÉTICA UTILITARISTA versus ÉTICA DEONTOLÓGICA

Genericamente podemos distinguir as éticas utilitaristas das éticas deontológicas formulando duas questões:

1. O que torna as nossas acções certas ou erradas?

2. Quando é que nossas acções são certas ou erradas?

No que diz respeito à primeira questão, obtemos estas respostas:
Ética Utilitarista: apenas as consequências das nossas acções as tornam certas ou erradas. As nossas acções são certas ou erradas apenas em virtude de promoverem imparcialmente o bem-estar.
Ética Deontológica: nem só as consequências das nossas acções as tornam certas ou erradas. Muitas acções são intrinsecamente erradas, ou seja, erradas independentemente das suas consequências. Podemos dizer, aliás, que todos temos de respeitar certos deveres que proíbem a realização dessas acções.

Quanto à segunda questão, temos estas respostas:
Ética Utilitarista: uma acção é certa apenas quando maximiza o bem-estar, ou seja, quando promove tanto quanto possível o bem-estar. Qualquer acção que não maximize o bem-estar é errada.
Ética Deontológica: uma acção é errada quando com ela infringimos intencionalmente algum dos nossos deveres. Qualquer acção que não seja contrária a esses deveres não tem nada de errado.

Observações:
Alguns defensores da ética deontológica, por oposição aos utilitaristas, atribuem relevância moral às distinções acto/omissão e intenção/previsão, defendendo o seguinte:

  • Actos e Omissões: É pior provocar um mal que permitir que um mal ocorra. Por exemplo, é pior matar uma pessoa que deixá-la morrer.
  • Intenção e Previsão: É pior dar origem a um mal intencionalmente que dar a origem a um mal que não pretendemos produzir, ainda que saibamos que o mesmo resultará da nossa conduta. Por exemplo, é pior torturar alguém que fazer algo que resulte em sofrimento como efeito colateral.

Adaptado de http://aartedepensar.com/acetatos/cap08.pdf